Carlos Nader revela os fundamentos para você fazer documentários únicos e originais 

carlos nader mestre navega curso documentário experimental cinema roteiro direção


Além de ser um curso Navega, o que é um Documentário Autoral? O mestre Carlos Nader (foto), que ministra essas aulas, dá os fundamentos para você criar documentários únicos e originais. E o melhor: a base para essa criação está dentro de você. Quer ver como?

Envolva-se com seu tema
Não caia na conversa de que um documentário deve ser completamente objetivo por ser baseado na realidade. O que confere a um tema ou personagem uma abordagem cativante e fora do comum é a relação que o documentarista estabelece com seu assunto. É preciso envolver-se. Daí o sentido de experimental: para Nader, é o compartilhamento da experiência e da experimentação ao fazer seu filme documental.

Lembre-se: documentário é, acima de tudo, cinema
Para criar um filme documental, o diretor-roteirista precisa lançar mão de recursos de várias áreas do conhecimento. É o caso do jornalismo, da sociologia e da história, entre outros. Mas o que deve estar claro para o documentarista é que, “primeiro de tudo, ele está fazendo cinema”, diz Nader. Por isso, não adianta ter uma pesquisa apurada sobre seu tema se você não pensar como transportá-lo para as telas. Cinema é a arte da imagem em movimento e tem uma linguagem própria, baseada em escolhas do que será ou não mostrado, e como.

Mas ao mesmo tempo... documentário não é cinema, por seu processo de realização
Apesar de resultar num filme, o documentário também não é cinema, como afirma Nader: “Todo o processo de se fazer cinema, no Brasil e no mundo, é pensado para o chamado ‘cinema de ficção’, que começa com um roteiro no qual você fica anos trabalhando. Depois tem o período de filmagem, e, depois, o tempo de montagem. No documentário, é tudo ao contrário”.

Ou seja, não adianta achar que tudo o que você escreveu no roteiro inicial deve ser levado ao pé da letra na hora de filmar. “O roteiro inicial de um documentário é praticamente uma peça de ficção para vender seu projeto para investidores”, afirma o diretor. E não é à toa. O roteiro final do documentário é construído durante a montagem, quando a equipe tem acesso a todo o material captado e entende melhor para onde conduzir a narrativa.

Documentário é ficção?
Segundo Nader, para você fazer um documentário autoral, é preciso levar em conta que, a partir do momento em que algo é filmado, deixa de ser do campo da realidade e passa para o universo do cinema. Isso quer dizer que o diretor vai imprimir sua visão pessoal àquilo que enfoca, empregando um recorte subjetivo.

“As pessoas dizem para mim: ‘conheci o verdadeiro Waly Salomão vendo seu filme’. Eu respondo: ‘na verdade, você conheceu um Waly Salomão, um retrato específico dele. O Waly Salomão transformado em personagem fílmico”, explica o realizador. Isso se dá por meio de licenças poéticas, elipses, recursos de montagem e opções da direção. O que deve ficar claro é que essas escolhas são parte de um filme, que é uma leitura autoral de um tema ou personagem.

Além desses, há muitos outros pontos que transformam um documentário em um filme experimental, com uma visão singular do objeto ou do sujeito retratado. Quer saber mais? É só se inscrever no curso Navega Documentário Autoral com Carlos Nader. Seus projetos documentais vão sair do lugar-comum a partir dos ensinamentos e da trajetória memorável de um dos maiores diretores do gênero.